Eu devo ser uma mãe muito melosa, ou isso é coisa de mãe brasileira? Percebo que os pais canadenses, ao deixar os filhos na escola, só dão um tchauzinho de longe. Eu preciso abraçar e beijar, sempre! Ás vezes o Pedro quer ir correndo pro portão da escola, mas eu seguro ele e encho de beijos antes que ele se esqueça de se despedir de mim. Ao encontrá-los na saída já vou de braços abertos esperando um abração pra matar a saudade. E um beijinho na bochecha sempre tem que ter. Acho que as professoras ou outras mãe devem me achar muito estranha!
Os filhotes vão crescendo, eu continuo melosa, e vamos aprendendo novas formas de demonstrar carinho. Quando pequeninhos eu estava sempre grudada dos meus meninos, dava muito colo e os beijava o tempo todo! Agora a aproximação física vai diminuindo, e vamos demonstrando carinho na conversa, na atenção, no interesse pelas coisas dele. Pegar o Allan no colo é constrangê-lo, mas vejo que ele se sente amado quando paro o que estou fazendo pra assistir ele tocar piano, ou quando pergunto em que página ele está em seu livro, ou quando assisto algum filme ou programa junto com ele. Claro que ainda dou cafuné, beijos e abraços, na hora certa. Mas em um nível muito menor. Tento apertar o Pedro e encher de beijos enquanto o considero meu pequeno, mas ele já dá demonstrações de que está grande demais pra isso também.
De qualquer maneira noto que meus meninos são muito carinhosos. Eles se tratam muito bem, como irmãos. São uns queridos! Um cuida do outro; o Allan sempre como o irmão mais velho protetor, que sabe mais e quer ensinar o Pedro, e o Pedro sempre como o irmãozinho que gosta de seguir e imitar o irmão. Estão sempre se abraçando, o Pedro abraça o Allan, que corresponde e dá muito carinho pro seu irmãozinho. Amo ver esses dois juntos! São muito amigos e companheiros. Gosto de ver que todo o carinho que dei eles se dão entre eles também.
Claro que não é assim o tempo todo! Eles brigam, como todos os irmãos. Eles deduram os erros do outro. Eles perdem a paciência. Ás vezes o Allan quer ficar sozinho, quer seu espaço. E ás vezes o Pedro fica bravo porque o Allan não quer brincar com ele. Mas nunca vi eles querendo o mal para o outro, ou querendo ser melhor que o outro. Esses sentimentos nunca foram demonstrados por eles.
Sou muito grata por ter esses dois meninos, recebo carinho e amor em dobro. Deus me abençoou muito com esses filhos carinhosos!