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Vai ser difícil fazer o post de hoje. Primeiro porque a minha mão está assim:


E segundo, porque vai doer falar sobre o assunto. Mas não adianta, mais cedo ou mais tarde precisarei falar sobre isso por aqui. E decidi virar logo essa página aqui no blog pra poder me entreter e escrever aqui sobre outros assuntos, já que estou precisando me ocupar nesse período em que estou de cama. O blog é uma boa opção pra ocupar minha cabeça.

Há uma semana atrás perdi o meu bebê. Apesar de estar apenas com 11 semanas de gestação eu já estava apegada a esse terceiro filho. Já tínhamos uma relação... Eu já cantava pra ele músicas que agora nem suporto mais ouvir, porque dói. Era um filho. Era meu filho. E ele estava bem, se não fosse pelo DIU estar lá dentro do útero. Eu o vi pela última vez num ultrassom na terça-feira passada. Ele estava esfregando as mãozinhas nos olhos, chupou o dedão e deu vários chutes na frente da câmera. Era um bebê feliz. Mas ao chegar em casa comecei a ter cólicas e febre. E aí o pesadelo começou. Tive uma infecção muito forte dentro do útero, causada pelo DIU. Corri risco de vida. Perdi muitooooo sangue, fiquei por 2 dias com febre de 42 graus e nada baixava. Estava com a pressão altíssima e com muiiiitaaaaa dor. Sabe aquela expressão "comer o pão que o diabo amassou"? Pois eu comi! Nunca sofri tanta dor na minha vida, pois além de estar tendo as contrações o meu útero estava todo inflamado. Eu achei que um aborto acontecia ligeiro, mas eu tive 24 horas de contrações até perder o bebê.

Quando achei que tudo tinha passado, após a curetagem e eu estar me sentindo bem melhor, chegou o resultado de um exame dizendo que a bactéria da minha infecção tinha ido pra corrente sanguínea, e eu ainda corria risco de vida. Se a bactéria fosse pra algum órgão eu ainda corria o risco de ter uma infecção generalizada. Os médicos me davam as notícias tão preocupados e eu nem conseguia imaginar a gravidade da situação. Ter perdido o bebê já era o pior pra mim.

Fiquei 4 dias no hospital e vim pra casa com medicação na veia. Ainda preciso do antibiótico por mais uma semana. Tá bem ruim, eu queria poder começar a viver minha vida normalmente, cuidar dos meus filhos, sair de casa pra espairecer, mas tô presa nesses fios por um período que parece a eternidade. Olhar pra esses fios me faz pensar que estou doente, me faz lembrar tudo o que passei e torna impossível superar a dor da perda. 

Estou triste e já chorei bastante, mas Deus tem me confortado e eu aceitei o que aconteceu. Não teve jeito, não tinha como o bebê sobreviver. Eu não planejava ficar grávida usando o DIU, e não planejava que não conseguiríamos tirá-lo. Eu não planejava pegar uma infecção, nada saiu como o planejado! Não estava nas minhas mãos fazer algo pra evitar essa situação, por isso eu acabei aceitando o que aconteceu. Mas ao mesmo tempo eu sinto muita raiva! Em determinados momentos eu penso em como queria ter meu bebê de volta, e tenho vontade de sair quebrando algumas coisas que vejo pela frente. Então eu oro de novo e peço forças pra Deus. Ele me consola e tem segurado as pontas.

Vai levar um tempo pra curar essa dor, e tudo o que eu quero é que o tempo passe logo... Quero desconectar esses fios e poder tentar viver uma vida normal. Cuidar dos meus filhos, cozinhar, limpar a casa e arrumar a minha casa nova (em meio a tudo isso nos mudamos pra uma casa). Quero voltar a me exercitar, correr ao ar livre com certeza será um bom remédio. Sinto muita saudade de correr! Quero sair de casa e ir nos lugares sem que as pessoas se assustem com a minha cara de doente e de me ver com esses fios na mão. Com certeza voltar a viver normalmente vai me ajudar a seguir em frente e superar o que passou.

Além de mim o Tiago também sofreu muito e ainda está sofrendo. Os meninos ficaram super tristes, além de super preocupados da mãe estar no hospital e agora em casa com a medicação na veia. Essas férias foram as piores, sinto pena dos meninos por terem ficado tanto tempo dentro de casa. Eu tinha tantos planos pra fazer com eles, mas fiquei impossibilitada. Eu já estava há algumas semanas de cama, pois o DIU se movia e causava sangramentos. Enfim, foi muito ruim! Quando eu finalmente tirar a medicação eles já estarão voltando pra escola, acabaram as férias, acabou o verão. Pela primeira vez eu estou querendo que as aulas voltem logo, pra eles se ocuparem um pouco e fazerem algo útil. Ficaram muuuuuitoooo tempo só em casa jogando videogame. Estão entediados, brigando o tempo todo e eu não tenho paciência nenhuma pra lidar com isso. Ainda bem que minha sogra veio pra cá e está cuidando deles agora, leva eles no parque e dá atenção pra eles. 

Não vou terminar esse post sem dizer que mesmo em meio a essa tormenta tivemos muito apoio e atendimento. A começar pelo hospital e pelos médicos que foram maravilhosos. Nossos amigos da igreja são e agiram como a nossa família, cuidaram dos meninos pra nós, cuidaram de todos nós, fizeram a nossa mudança e têm orado muito. Eu não sei o que teria sido de nós sem eles. Nos sentimos muito amados nesse momento difícil. Nossa família no Brasil mesmo à distância esteve cuidando de nós, e só não vieram correndo pra cá porque não têm o visto ainda, mas graças a Deus minha sogra pôde vir e está nos ajudando muito nesses dias. 

Mesmo passando pelo pior ainda encontro motivos para agradecer, Deus está com a sua mão protetora sobre nós. 

Eu pretendo não tocar mais nesse assunto, estou virando a página aqui no blog, e como disse no início preciso me ocupar nos próximos dias, e escrever no blog me faz bem. Vou vir postar mais sobre diversos assuntos, pelo menos enquanto eu conseguir digitar com essa mão.

Um beijo para todos!







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